quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Só Deus Pode Julgar... Mas...

Hoje meu artigo irá falar sobre julgamento, e bem, como título utilizei a frase “Só Deus Pode Julgar... mas...” devido ser normal muitas pessoas ouvirem tal argumento de determinados religiosos ao praticamente falarem de alguma atitude de outra pessoa.
Em minha modesta opinião, ao falar da atitude de outra pessoa, dependendo da forma, já se torna um julgamento, pois analisando, como exemplo de fato ocorrido comigo, eu poderia citar uma conversa com um “Pastor” que tive, ao falar de minha atitude devido a ter ido em um show, eu praticamente já fui julgado mesmo o tal “Pastor” negando.
Prestem atenção no diálogo, que tentarei relembrar:
Eu – Já fui no show do Rappa, não vejo nada demais!
Pastor – Eu Hein! Eu devo estar ficando velho, mas prefiro ficar velho assim e ter certeza de que vou pro céu!
Eu – Eu também tenho certeza que vou pro céu, não é por causa de um show que eu não vou!
Pastor – Não estou dizendo que você não vai!
Eu – Não cabe a você julgar, a homem nenhum cabe está autoridade!
Deu pra entender o conteúdo da conversa?
O tal “Pastor” negou que me julgou, mas me julgou, devido a negação dele dizer que poderia ir em tal show pela certeza da salvação dele.
Isso é muito comum no meio evangélico, principalmente nos meios mais radicais.
Sempre analisemos toda argumentação a Luz do Evangelho, então vamos citar versículos bíblicos sobre o tal julgamento a outras pessoas.
A Bíblia diz em Mateus 7: 1-2 “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.”
Bem, não colocando outros versículos bíblicos aqui, pra não estender o artigo e gerar mais discussão, focalizarei este, Mateus 7: 1-2 no caso.
A Bíblia diz até que podemos julgar, mas isso ocorre apenas quando defrontamos com o pecado (como em Coríntios 5: 12 “Pois, que me importa julgar os que estão de fora? Não julgais vós os que estão de dentro?”), mas nos dias atuais, acredito que com toda iniquidade que passamos e todo modernismo, julgar com a Justiça de Deus o Pecado do próximo se torna uma tarefa difícil, é muito fácil, por exemplo, julgar uma pessoa que fuma, mas você nunca vê ninguém julgando alguém que come muito (Gula: Pecado comum que se tornou iniquidade no meio evangélico), não fala nada para aquele pastor gordo que no almoço missionário faz o verdadeiro monte Everest no prato (enquanto muitos morrem de fome), sendo que na Bíblia a Gula é um pecado que está bem explicito e direto lá, sendo que aquela gordurinha que você come no churrasco faz mais mal do que um maço inteiro de cigarros (não estou defendendo o cigarro, pois detesto também).
Os pecados de hoje em dia são muito cometidos nas próprias igrejas, se tornaram iniquidade mesmo, se tornando ilógico um tido religioso julgar alguém que esteja fora deste sistema, porém, se tornou algo muito comum, eu mesmo sofro muito com isso.
Eu também julgo, não sou perfeito, mas devemos julgar a nós mesmos antes de julgar o próximo, porque não olhamos para nós mesmo, e vejamos o que estamos fazendo, pois o julgamento próprio é mais difícil que julgar qualquer outra pessoa, poderia até citar O Pequeno Príncipe aqui e a passagem do dialogo com o Rei:
“Tu julgarás a ti mesmo – respondeu o rei. – É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.”
Acredito que quando nós pecamos, Deus nos incomoda e mostra que está errado tal atitude, disso eu não tenho dúvidas, o problema é um religioso apontar o dedo para você e dizer que o que você está fazendo é errado, simplesmente para diminuir seu próprio pecado, principalmente quando não está explicito na Bíblia tal fato, como é o caso das pessoas que bebem (sim, a Bíblia não condena a bebida, apenas o exagero, só analisar, tá lá, só ler!), que fumam, que vão pra shows seculares e outros pecados que os homens inventam que é pecado, não Deus.
Como julgar com a Justiça de Deus? Em Isaías 11: 3-5 diz: “E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres, e decidirá com equidade em defesa dos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio. A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.”. É bem claro neste versículo que o Julgamento com a Justiça de Deus nada tem haver com este que muitos religiosos fazem, que o julgamento é feito em defesa dos oprimidos, não pra ficar apontando os erros de outra pessoa.
Concluindo, não é engraçado como as pessoas julgam as outras, para mim o simples fato de falarem o erro do outros já é uma forma de julgamento, mesmo eles terminando com a típica frase “Não estou julgando, só Deus pode julgar!”. Deixo claro aqui, que também não estou dando uma de cristão libera tudo, temos que ter discernimento em relação as nossas atitudes, claro, mas temos que ter mais discernimento ainda ao apontar o dedo pro próximo para poder diminuir nosso próprio pecado, pois como Jesus mesmo disse na passagem da Mulher Adultera: “Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou.”, ou seja, procuramos o pecado de outras pessoas, as julgamos simplesmente para diminuir as nossas próprias iniquidades. Não cabe a nós definir o que é pecado e o que não é, alguns pecados se mostram explícitos na Bíblia, porém outras, nós mesmo temos criado, e outras tem se tornado iniquidades. Deus pode nos usar para apontar um erro de outra pessoa, mas cuidado, a manifestação de Deus é uma coisa, a do humano é totalmente diferente, edifique, mas não alarde, ou seja, não julgue o próximo para ostentação de seu ego e pecado.

Abraços Fraternais.

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